Não quero mais seus dedos escorrendo nos ares da minha vista
Sua boca que cospe palavras sangrias
Seus poros ácidos que derretem sobrecarregadas sobrancelhas
Ver sua história crescendo em pele
Suas marcas azedas deixadas na minha cidade
Suas cinzas de borras queimadas
De todas as coisas que se expressam
Mas que não se refletem em você
Não sou tão dura quanto queres
Nem tão seca como idealiza
Não sou tão certa, nem tão reta, nem tão limpa
Ou Carregada de cultura e consciência
Não sou política
Nem sou atriz
Sou aquilo que chamo de mim
Que não pode ter um nome
Não quero mais
Ver você me querer pequena
Vedada
Num lastro de vidro
Onde os sons não chegam
As pessoas não olham
O calor não afeta
E os cigarros são ilícitos
Eu quero o barulho
O suor das risadas
Ou porque então eu sairia de mim numa noite abafada?
Projeto MEVER apresenta ME VÊ NO CIRCO
Há 13 anos
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