domingo, 21 de fevereiro de 2010

Eda

Penso em teus olhos no horizonte
Tão perdidos e fixos na sua Sua realidade
Penso na tua forma de se segurar na vida
Tateando cigarros
Como se acariciasse perante a tua toda vida
Tua triste ida
Para ser coragem
porque ser coragem é viver
Teus erros
Espelhos nos outros
Teus óculos sentados
Escudos de ouro
Tua pele mais leve que teus encontros contigo
Os cabelos tão brancos e belos
Que era muito escura
a tua vista da vida
E você sempre forte
Eu queria saber onde você escondia tuas lágrimas
Queria encontrar tuas doçuras além de teus doces
Queria ver sua áurea amarela
Tuas cartas coloridas de mandalas
que era tão ácida
tua língua azeitada
e você sempre bela
teus pés agora mais novos
teu olhar assutado
eu não sei como pode ter sido isso
assim
um buraco que te sugou
levou teu fôlego
sem respeito
sem nada
não pediu licença e entrou de sopetão
e o pior do sofrimento não é o sofrimento
é a solidão do sofrimento
e meu choro é não poder estar do teu
eu queria dizer-te exatamente o contrário que te disse antes de ir
eu queira nunca ter conhecido a culpa
que você sempre me apresentou - ei-la aqui!
hoje te vejo não mais
hoje é ontem
o hoje será daqui pra frente sempre um ontem
e você estará lá longe
onde sempre nos questionamos em tardes frias
aos bolos de chuva. Café e baralhos
se existíamos ainda ou juntos ou longe ou no mesmo instante
Sua matéria será vaga luz
plena de incosciencia e criação
em algum momento nos encontraremos novamente
eu serei certamente mais limpa
mais nada

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